NOSSA FÉ

Doutrinas

A REFORMA DO SÉCULO XVI INTRODUÇÃO A REFORMA foi um movimento que visou trazer a Igreja à pureza original do Cristianismo segundo o Novo Testamento. Depois do Pentecoste, a Reforma do Século XVI foi o maior movimento espiritual ocorrido dentro da Igreja. Representou uma volta a Bíblia, ao ensino dos apóstolos e, por isso, a rejeição total a qualquer doutrina sem base nas Escrituras. Vejamos um dos destaques dos principais Reformadores: Martinho Lutero (1483-1546), alemão, filho de camponeses, tornou-se monge agostiniano e entrou para o convento em Efurt. Buscava com avidez a salvação para sua alma. Em 1512, aos 29 anos, o texto de Romanos 1:17, "O justo viverá por fé", explodiu como uma bomba em seu coração. Ali ele descobriu a gloriosa doutrina da Justificação pela fé. Mais tarde, quando o papa Leão X estava construindo a basílica de São Pedro, seu emissário Johannes Tetzel foi à Alemanha vender indulgências, que ofereciam redução das penas do purgatório. Convencido de que o tráfico de indulgências desviava o povo da verdade, oferecendo-lhe falsas esperanças, Lutero decidiu enfrentar este abuso e, no dia 31 de Outubro de 1517, pregou nas portas da Catedral de Wittemberg as 95 teses contra as indulgências. Estava deflagrado o movimento da Reforma. Essas teses foram um golpe no poder papal e no pode da Igreja que se desviava da fé apostólica. As teses combateram o pretenso poder da Igreja de ser mediadora entre o homem e Deus, vendendo o perdão dos pecados. Lutero foi excomungado pelo papa. Em 1521, em Worms, na Dieta Imperial, sob ameaça de morte, ele defendeu sua tese diante do Imperador, clerigos, nobres, condes e embaixadores. A partir daí o Evangelho passou a ser pregado na língua do povo. Nos púlpitos e nos bancos das Igrejas havia cópias da Bíblia traduzida por Lutero. Cantavam-se por toda a Alemanha, hinos evangélicos e salmos, muitos dos quais escritos pelo próprio Lutero. Dentre eles destacava-se a Marselhesa da Reforma, "Castelo Forte". Dentro de 30 anos, a Igreja Cristã na Alemanha tinha sido reformada, como ninguém jamais poderia ter sonhado. Os abundantes escritos de Lutero tiveram larga aceitação. E assim o movimento se espalhou pela Boêmia, Hungria, Polônia, Inglaterra, Escócia, França, Países Baixos, Escandinávia, e até mesmo pela Espanha e Itália. Um dos lemas da Reforma é ''Igreja Reformada sempre reformando''. A reforma não é estática, mas dinâmica. O que isto significa? Não significa relativismo doutrinário, A Palavra de Deus é a única fonte de onde emana as doutrinas que cremos e subscrevemos. A Palavra de Deus é imutável, eterna e jamais pode falhar. Nossas convicções doutrinárias não mudam para se adequarem às transformações sociais. Não significa, também, relativismo ético. Os princípios morais que abraçamos devem ser regidos pela verdade de Deus e não pelos ditames da sociedade. A Bíblia é que julga a cultura e não esta a Bíblia. O que significa então a expressão "Igreja Reformada sempre reformando"?

1 - A Igreja Reformada precisa fundamentar sua fé nas Sagradas Escrituras

Dois grandes desvios conspiram contra esse principio: o Liberalismo e o Misticismo. Os liberais são infiéis à Palavra de Deus na medida em que tentam esvaziá-la, retirando dela o que nela está escrito. Negam a infalibilidade das Escrituras. Duvidam da integridade de seus registros. Fazem da Bíblia um livro meramente humano, cheio de falhas e contradições. O liberalismo é uma falsa religião. É uma negação do Cristianismo. Sua procedência é satânica e devemos rejeitá-lo com todo o vigor. Os místicos também são infiéis à Palavra de Deus na medida que acrescentam a ela o que nela não está escrito. Negam a suficiência das Escrituras. Sonegam ao povo a Palavra de Deus, manipulando as pessoas com o perigoso expediente dos sonhos, visões e revelações que estão fora das Escrituras. O misticismo alastra no meio evangélico brasileiro. Os crentes não querem pensar, querem sentir. O culto evangélico está se tornando sensório e não racional. As pessoas não querem conhecimento, mas experiência. Não buscam santidade, mas milagres. Não tem fome da Palavra, mas vivem correndo atrás dos marqueteiros da fé.

2 - A Igreja Reformada precisa fundamentar sua ética nas Sagradas Escrituras.

Tem existido um grande abismo entre o que as pessoas professam e o que elas praticam. Há um divórcio entre teologia e ética na Igreja evangélica brasileira. Vivemos a síndrome de Simão, o mágico na cultura evangélica: as pessoas abraçam a fé, são batizadas, tornam-se membros da Igreja, mas não mudam de vida Quanto mais cresce a Igreja, mais ela se torna desacreditada diante da população. O problema é que onde a teologia é deficiente, a ética é flácida. A teologia é a mãe da ética. A teologia determina a vida. A Igreja Reformada tem valores morais absolutos. Sua conduta é balizada pela Palavra e não pelo pragmatismo. Sua ética é bíblica e não situacional. Não podemos ser chamados de igreja evangélica se a nossa conduta nega a fé que professamos, se nossas atitudes conspiram contra o Cristianismo que abraçamos. Precisamos de uma reforma doutrinária e moral na Igreja, se queremos ser verdadeiramente uma Igreja reformada que glorifica a Deus. e produz impacto no mundo.

3 - A Igreja Reformada precisa fundamentar sua ação evangelizadora nas Sagradas Escrituras.

A Igreja foi redimida para adorar a Deus e tornar Deus conhecido entre os povos. Ela foi chamada para fazer discípulos de todas as nações. A Igreja Reformada tem um profundo senso da sua vocação missionária. Ela entende que o seu campo é o mundo. Ela não se desvia do seu chamado, nem se destrai com outras causas. Todo crente é um ministro da nova aliança. Toda pessoa alcançada pelo evangelho é desafiada a alcançar outros para Cristo. Somos uma raça de Sacerdotes Reais. Não somos expectadores, mas agentes ativos na Obra de Deus. Infelizmente, muitos crente que conhecem a verdade sonegam-na ao povo; outros desastradamente estão transformando o evangelho num produto de consumo, a igreja numa empresa, os crentes em consumidores, mercadejando, assim, o evangelho da graça. Precisamos resgatar nossa herança reformada. Precisamos sacudir de nós o jugo do comodismo para nos tornarmos um exército de obreiros aprovados, prontos a fazer a obra de Deus, no poder do Espírito Santo.

Conclusão

Reformar é necessário, e este era o lema de Calvino "Igreja reformada, sempre se reformando", porém, é necessário entender que essa reforma não é inovação, modernização do conteúdo da fé, mas sim restauração do entendimento desse conteúdo, e isso implica em olhar para frente compreendendo o que a relação em Cristo nos legou. Assim, a questão não se impõe com novos métodos, mas sim, com o velho método, que faz voltar à Palavra, extraindo dela aquilo que de fato ela ensina. A Palavra é a referência. Cremos que a vida Cristã é dirigida pela Palavra de Deus, por isso, devemos estar produzindo reforma e, acima de tudo, estarmos sendo, nós mesmos, reformados, a fim de sermos bem sucedidos. Essa foi a promessa de Deus e é o Seu desejo, conforme falou por Josué ao Seu povo: "Não cesses de falar deste livro da lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem sucedido" (Jos. 1:8).

Sola Scriptura

Os reformadores reafirmaram a supremacia da Escritura sobre a tradição. Todas as doutrinas e ensinos forâneos à Escritura devem ser rejeitados. A Bíblia não é um entre os muitos livros sagrados, ela é a eterna e infalível Palavra de Deus. Sua origem é divina, seu conteúdo é infalível, sua mensagem é salvadora. A Bíblia é a voz de Deus em linguagem humana. É o depositário de toda vontade de Deus para o homem. João Calvino afirmou que a Escritura é a escola do Espirito Santo na qual nem se tem deixado de por coisa alguma necessária e útil de conhecer, nem tampouco se ensina mais do que o que é preciso saber. A Bíblia é o livro por excelência inspirado por Deus, escrito pelos homens, concebido no céu, nascido na terra, odiado pelo inferno, pregado pela Igreja, perseguido pelo mundo e crido pelos efeitos. este livro bendito tem algumas características singulares. 1. SUA INSPIRAÇÃO Toda a Escritura é inspirada por Deus. Ela não é fruto da lucubração humana, mas da revelação divina. Ela não procede de homens, mas de Deus. Por isso, nenhum homem, Igreja ou concilio tem autoridade para acrescentar a ela coisa alguma ou dela retirar sequer uma palavra. O liberalismo teológico tenta esvaziar a Bíblia do seu conteúdo infalível. Com sua loucura desvairada ele esforça-se para dizer que a Bíblia está eivada de erros e contradições e assim, rejeita partes dela como incompatíveis com a razão huamana. Já o misticismo pragmático, contraditoriamente, ao mesmo tempo em que diz crer na Bíblia busca revelações forâneas a ela. Ambos, liberalismo e misticismo estão em desacordo com o ensino da Escritura. 2. SUA AUTORIDADE A Bíblia é a suprema autoridade em questão de fé e conduta. Ela é a nossa única regra de fé e prática. A autoridade da própria Igreja não procede de qualquer Igreja ou concílio. A autoridade da própria Igreja precisa estar debaixo da autoridade da escritura. Nenhum dogma ou experiência pode ser aceito se não tiver base na Palavra de Deus. A Bíblia não apenas contém a Palavra de Deus, ela é a Palavra de Deus. Ela não precisa despertar no homem qualquer sentimento ou desejo para tornar-se Palavra de Deus. Sua autoridade não vem de fora, mas de sua própria origem e conteúdo. A Bíblia não tem uma opinião ou uma palavra sobre as questões vitais que aborda, mas a verdade última, final e absoluta. 3. SUA INERRÂNCIA A Bíblia não contém erros. Ela é infalível em sua mensagem e inerrante em seu conteúdo. Ela tem saído incólume de todos os ataques: tem vencido a fogueira dos intolerantes e triunfado sobre a prepotência dos criticos arrogantes. A Bíblia é a bigorna de Deus que tem quebrado todos os martelos dos céticos. A enxada e a pá dos arqueólogos desmentem a falsa sapiência daqueles que se insurgiram contra sua infalibilidade. 4. SUA SUFICIÊNCIA A Bíblia é absolutamente suficiente para nos ensinar, exortar e equipar para conhecermos a vontade de Deus e obedecê-la. Buscar outros meios fora da Escritura como profecias, revelações, sonhos e visões está em total desacordo com o ensino da própria Escritura. Não podemos aceitar a autoridade da Bíblia e ao mesmo tempo corrermos atrás de outras fontes para conhecermos o que Deus tem para nós. Eis o que diz o Artigo V da Confissão da Igreja Reformada da França, adotada em 1559:"Não é lícito aos homens , nem mesmo aos anjos, fazer, nas Santas Escrituras, qualquer acréscimo, diminuição ou mudança. Por conseguinte, nem a antiguidade, nem os costumes, nem a multidão, nem a sabedoria humana, nem os pensamentos, nem as sentenças, nem os editos, nem os decretos, nem os concílios, nem as visões, nem os milagres, devem contrapor-se as estas Santas Escrituras; mas, ao contrário, por elas é que todas as coisas se devem examinar, regular e reformar." SOLA FIDE Um dos grandes pilares da Reforma Protestante do Século XVI foi uma volta à doutrina apóstolica da salvação pela fé em Cristo Jesus. Os reformadores sublinharam a supremacia da fé sobre as obras para a salvação. O Breve Catecismo de Westminster afirma que a fé em Jesus Cristo é uma graça salvadora pela qual o recebemos e confiamos somente nele para a salvação, como ele nos é oferecido no Evangelho. Destacamos alguns pontos para nossa reflexão: 1. A FÉ SALVADORA É MAIS DO QUE MERO ASSENTIMENTO INTELECTUAL DA VERDADE - Embora a verdadeira fé repousa no conhecimento e não na ignorância, a fé salvadora é mais do que conhecimento intelectual da verdade. Não basta apenas ter informação, é preciso ser transformados por ela. Os demônios sabem que Deus existe e até tremem diante da sua majestade, mas estão perdidos (Tg. 2:19). Jesus diz que alguns o chamam de Senhor, operam milagres, expulsam demônios e até profetizam, mas ao mesmo tempo vivem na iniquidade e não possuem a fé salvadora (Mt. 7:22,23). 2. A FÉ SALVADORA NÃO DEPENDE DAS BOAS OBRAS PARA NOS JUSTIFICAR DIANTE DE DEUS. - O sinergismo que ensina a salvação como somatória de fé mais obras está em total desacordo com as Escrituras. A fé é a raiz e as obras de fé são o fruto. Não somos salvos pela combinação de fé e obras, mas sim, por uma fé que produz obras. Somos salvos exclusivamente pela fé, mas por uma fé que não permanece só (Tg. 2:20-22, 26). Com respeito à salvação, a fé é a causa instrumental e as obras sua evidência (Tg 2:14-18). A fé é o meio e a condição da salvação, ao passo que as obras são seu futuro e sua evidência. 3. A FÉ SALVADORA É UM DOM EXCLUISO DE DEUS E NÃO UM MERECIMENTO HUMANO. - Toda a obra da salvação é concebida, realizada e consumada por Deus. É Deus quem abre o coração para crermos em Cristo. É ele quem dá o arrependimento para a vida. É ele quem chama eficazmente e dá a fé salvadora. É Deus quem justifica e glorifica aqueles que crêem. A fé salvadora não é apenas um conhecimento nem um sentimento inato, mas uma confiança exclusiva e absoluta na Pessoa e obra de Cristo em nosso favor. 4. A FÉ SALVADORA É O INSTRUMENTO MEDIANTE O QUAL RECEBEMOS A VIDA ETERNA.- A fé não é a base da nossa salvação, mas o seu instrumento de apropriação. A fé é o elo de ligação entre o crente e Cristo (Gl. 3:26; Jo 3:16; At. 16:31). A fé é a causa instrumental da justificação (Rom 5:1). Somos salvos pela obra expiatória de Cristo, mas apropriamo-nos dos resultados dessa obra pela fé. A fé é como a mão estendida de um mendigo recebendo o presente de um rei. Como a fé recebe Cristo, ela nos leva à posse de todas os seus benefícios. 5. A FÉ SALVADORA TEM UMA IMPORTÂNCIA FUNDAMENTAL EM NOSSO RELACIONAMENTO COM DEUS.- A fé vem pela pregação do evangelho (Rom. 10:17) e por meio dela nos tornamos filhos de Deus (Jo 1:12). Logo, aquele que se aproxima de Deus deve crer que ele existe (Hb. 11:6), pois o justo vive pela fé (Rom.1:17), é justificado mediante a fé (Rom. 5:1) e pela fé ele toma posse da vida eterna (Jo.3:36). Pela fé estreitamos nosso relacionamento com Deus e tornamo-nos como Abraão, o pai da fé, amigos de Deus.

Sola Gratia

A Reforma Protestante do século XVI voltou à doutrina apostólica da salvação pela graça independente dos méritos humanos. Agostinho de Hipona no século V já havia condenado o Pelagianismo, que ensinava que o homem não está em estado de depravação total e que ele é tão livre quanto Adão antes da queda para escolher o bem e o mal e que o homem tem poder em si mesmo para escolher e fazer o bem. A doutrina da salvação conforme a interpretação romana desviou-se da verdade bíblica, pregando o sinergismo, ou seja, a salvação como resultado da cooperação humana-divina. Essa idéia popularizou-se até mesmo entre o evangelicalismo brasileiro, quando muitos crêem que Deus não negará sua graça àqueles que fazem o que lhes é possível fazer, ou seja, "Deus ajuda a quem cedo madruga". A doutrina bíblica da Sola Gratia precisa ser resgatada novamente. A Igreja evangélica brasileira precisa passar por uma nova reforma. Precisamos voltar novamente às Escrituras e enfatizar alguns pontos fundamentais como seguem: 1. O HOMEM, MORTO EM SEUS DELITOS E PECADOS NÃO PODE JAMAIS ESCOLHER A DEUS POR SI MESMO. A salvação do homem é uma iniciativa divina. Tudo provém de Deus. A queda não trouxe apenas alguns transtornos e feridas para o homem, trouxe-lhe morte. O homem não está apenas ferido, mas morto em seus delitos e pecados. O homem em seu estado natural é inimigo de Deus. Ele é escravo do pecado. Ele é prisioneiro de satanás, do mundo e da carne. Se Deus não tomasse a iniciativa da nossa salvação estaríamos rendidos ao pecado e condenados à perdição eterna. 2. A ESCOLHA DA GRAÇA É SOBERANA E NÃO DEPENDE DE MÉRITOS HUMANOS. Foi Deus quem nos escolheu e não nós a ele. Foi ele quem nos amou primeiro e não nós a ele. Até nossa resposta ao amor de Deus é obra de Deus em nós. Éle que opera em nós tanto o querer quanto o realizar. Nossa salvação foi palnejada e determinada por Deus na eternidade, consumada por Cristo na cruz e aplicada pelo Espirito Santo em nós sem qualquer mérito nosso. O apóstolo Paulo diz: " Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia" (Rom. 9:16). Não depende do desejo nem dos esforço do homem, mas da misericórdia de Deus.A Reforma insistia nesse conceito teocêntrico, exaltando a eleição divina contra o livre-arbítrio e o descer divino contra o ascender humano em todas as suas formas. 3. A GRAÇA DE DEUS É SUFICIENTE PARA A NOSSA SALVAÇÃO. A nossa salvação é resultado da obra única e monergista do Espirito Santo em nós, aplicando em nosso coração os efeitos do sacrifício de Cristo. Não podemos, nem precisamos cooperar com obras, sacrifícios ou penitências para sermos salvos ou aceitos por Deus. Somos aceitos no Amado, o eterno Filho de Deus. Qualquer esforço humano para ajudar Deus em seu propósito redentor é uma pretensão tola e um atentado inconsequente à soberania divina. A salvação é pela graça mediante a fé e isto não vem de nós, é dom de Deus, não de obras para que ninguém se glorie, dia o apóstolo Paulo (Ef. 2:8,9). A salvação é de Deus, é a realizada por Deus, é aplicada por Deus, é garantida por Deus, para que a glória seja só de Deus.

Solus Christus

Jesus Cristo é o fundamento, o dono, o edificador e o protetor da Igreja ( Mt.16:18). Ele é o único Salvador e o único Mediador entre deus e os homens. Não há salvação fora dele e ninguém pode chegar ao Pai senão por meio dele. A Reforma Protestante reafirmou essa doutrina essencial da fé cristã. Consideremos alguns aspectos importantes dessa doutrina; 1 - JESUS CRISTO É A PEDRA FUNDAMENTAL DA IGREJA A doutrina romana que afirma ser o Papa a pedra fundamental da Igreja, sobre a qual ela está edificada, não possui amparo bíblico. Pedro nunca foi Papa nem o Papa é sucessor de Pedro. A Igreja só tem um fundamento que é Cristo (I Cor. 3:11). A pedra sobre a qual a Igreja está edificada é Cristo. Só ele é a rocha que não se abala. Edificar a Igreja sobre qualquer outro fundamento é cosntruir para o desastre. 2 - JESUS CRISTO É O CABEÇA DA IGREJA Jesus é o dono da Igreja. Ele mesmo disse: "Eu edificarei a minha Igreja" (Mt.16:18). Ele é o bom, o grande e o supremo pastor da Igreja.Ele deu sua vida por ela. Ele a remiu com o seu próprio sangue. Ele a governa e com ela vai reinar por toda a eternidade. Na Igreja de Deus não existe espaço para um bispo universal. Isso é uma usurpação do lugar que só pertence a Cristo. Jesus é o cabeça da Igreja, o Senhor da Igreja, o Soberano que a governa, o noivo que a desposara e com ela reinará para sempre. 3 - JESUS CRISTO É O ÚNICO MEDIADOR ENTRE DEUS E OS HOMENS A Reforma Protestante rejeitou decididamente, fundamentada na Palavra de Deus, a doutrina romana que proclama o Papa como sumo pontífice. O supremo mediador entre Deus e os homens não é o Papa, nem Maria, nem os apóstolos´nem qualquer outro personagem da história. A Bíblia é clara em afirmar:"Há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus homem" (I Tim. 2:5). Jesus foi claro e enfático: "Eu sou o caminho, a verdade, e a vida e ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo. 14:6). Jesus é o caminho para o céu, a porta do céu, o único que pode nos levar até o Pai. 4 - JESUS CRISTO É O ÚNICO SALVADOR A Reforma Protestante retornou à doutrina bíblica que proclama Jesus Cristo como o único Salvador. A salvação não vem por meio dos méritos humanos, nem é resultado de suas obras meritórias. A salvação não é alcançada por meio dos sacramentos ministrados pela Igreja, nem mesmo pela mediação de Maria. A salvação é obra da graça de Deus por intermédio de seu Filho. A Bíblia falando da centralidade e exclusividade de Jesus Cristo como Salvador, diz: "E não há salvação em nenhum outro nome pelo qual importe que sejamos salvos" (At. 4:12). O sacrifício expiatório de Cristo na cruz é o único fundamento da nossa salvação. 5 - JESUS CRISTO É O ÚNICO EDIFICADOR E PROTETOR DA IGREJA Jesus afirmou: "Eu edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt. 16:18). A Igreja é o corpo de Cristo, a noiva do Cordeiro. O mesmo Jesus que morreu e ressuscitou e está a destra do Pai, está edificando a sua Igreja por meio da sua Palavra e da sua providência. É ele mesmo que a protege da fúria do inimigo e quem a preserva até o dia de apresentá-la como noiva santa, pura e imaculada. Nesse dia, então, o universo restaurado, verá na Igreja, a suprema riqueza da graça e Deus, para que toda a glória seja dele pelos séculos dos séculos.

Soli Deo Gloria

Deus deseja ser glorificado em, por e através de nós e de nossa instrumentalidade. Este é o último ponto de defesa da Reforma Protestante do Século XVI: A Deus toda Glória. Partindo da Palavra de Deus, os reformadores formularam esta visão teocêntrica que nos ensina algumas certezas: 1 - DEUS NÃO DEPENDE DE NOSSA GLÓRIA PARA SER O QUE É. Sabemos, pelas Escrituras, que Deus não precisa receber a glória dos homens para ser completo ou sentir-se realizado. Pois, como disse o próprio Cristo Jesus, Ele já possuía toda glória antes que o mundo existisse (João 17:5). Paulo declara: "Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!" (Rom. 16:36) e , ao concluir sua espístola aos Romanos, louva ao Senhor com estas palavras: "ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém!" (Rom. 16:27). A glória de Deus também foi o tema do cântico dos anjos ao redor do trono, dos sere viventes e dos anciãos, e de todas as criaturas que João ouviu em suas visões, os quais diziam: "Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor" (Apoc. 5:12) e, "Aquele que está sentado no trono e o Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, eo domínio pelos séculos dos séculos (Apoc. 5:13) e ainda, "Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação...O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém! (Apoc. 7:10-12). 2 - NOSSA EXISTÊNCIA SÓ TEM SENTIDO SE FOR PARA A GLÓRIA DE DEUS Por que Deus deseja ser glorificado por nós ?. A resposta a esta perguntaestá ligada a uma outra mais profunda e inquietante questão da nossa existência: Por que e para que existimos ? Os reformadores responderam: Nós existimos porque Deus nos criou, e assimnos fez para a sua própria glória. Essa postura reformada é a mais simples análise do ensino bíblico sobre a existência do homem; basta uma olhadela do texto bíblico e logo descobriremos isso (Isaias 43:7). Este lema da Reforma deriva do atendimento de que, assim como o homem, tudo o que Deus fez deve destinar-se à sua glória. Essa deve ser a mola propulsora que nos estimule a viver neste mundo. É sabido que, um dos maiores problemas do homem, em todos os tempos e sobretudo nos dias atuais, é a questão do seu próprio significado. O que significa viver? Muitas pessoas não querem mais viver, pois perderam o rumo, não encontram razão para estarem vivas amanhã. Só descobrirão o verdadeiro sentido da vida ao voltarem-se para Deus, glorificando-o como tal. Quando estamos centrados em volta de Deus e de sua obra salvífica em Cristo, deixamos de servir ao Senhor como pessoas mundanas para nos vermos como pecadores redimidos, cuja vida só pode ter um propósito: glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. 3 - NOSSA VIDA E NOSSA ADORAÇÃO DEVEM SER SÓ PARA A GLÓRIA DE DEUS Isso quer dizer que nada e ninguém pode receber maior glória do que Deus. A Reforma retornou à verdade de que nada poderia preencher o coração do homem até que este voltasse para Deus. Dar glória somente a Deus significa que ninguém, nem homens, nem anjos, devem ocupar o lugar que pertence a Ele, no mundo em nossa vida, porque somente Ele é o Senhor. É o que exigeo 1º mandamento: "Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim." (Ex. 20:1-2). Depois do pecado, o homem tem constituído deuses para si em lugar do Deus verdadeiro. Geralmente, esse deus é o próprio homem. Quando decide o que deve ou não crer, o que pode ou não ser verdadeiro, está dizendo que ele é o seu próprio deus. Sua razão, distorcida pelo pecado, é o seu critério de verdade. Mas diz a Palavra: "Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pos, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura"; (Isa. 42:8). A glória de Deus é o fim do próprio Deus, como crê John Piper, porque Ele é o bem supremo. James M. Boice, presbiteriano já falecido, disse: "Experimentaremos uma renovação na doutrina, no culto e na vida quando pudermos dizer honestamente: "SÓ A DEUS TODA GLÓRIA".
João Calvino foi um importante professor e teólogo cristão de nacionalidade francesa. Nasceu na cidade de Noyon em 10 de julho de 1509 e faleceu na cidade de Genebra (Suíça) em 27 de maio de 1564.
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